RET-Projeto Mulheres do IFSP inaugura novos cursos em agosto
Cursos são voltados para mulheres em situação de vulnerabilidade social
O projeto Mulheres do IFSP, criado pela Pró-Reitoria de Extensão em 2016 para qualificar mulheres em situação de vulnerabilidade social, abre novas turmas neste mês de agosto. Em 2022, a ação será retomada com a oferta de 16 turmas. Serão 320 vagas para a qualificação profissional em diversas áreas: agricultora familiar de base agroecológica, auxiliar de eletricista, vendedora, costureira, boas práticas na manipulação de alimentos, auxiliar de manutenção predial, empreendedorismo e sustentabilidade.
Entre 2016 e 2019, foram oferecidas 528 vagas para todo o estado de São Paulo. As atividades foram suspensas em 2020 e 2021 devido à pandemia da covid-19 e retomadas neste ano.
Confira as informações das aulas inaugurais:
Câmpus Suzano
O Câmpus Suzano realizou nesta segunda-feira (8) a aula inaugural do curso de Extensão de Eletricista Instaladora Predial de Baixa Tensão para mulheres em situação de vulnerabilidade social. Espera-se, com o curso, que as participantes sejam acolhidas no mercado de trabalho e ganhem autonomia para seguir uma vida independente.
No total, 51 mulheres se inscreveram para as 20 vagas oferecidas. Esta é a primeira vez que o câmpus abre o curso especialmente para mulheres com mais de 18 anos, em situação de vulnerabilidade social que residem no território do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
O curso tem como objetivo geral estimular a inclusão educacional, produtiva e social de mulheres em situação de vulnerabilidade, priorizando-se a elevação da escolaridade e capacitando-as profissionalmente com competências relativas à execução e manutenção de rede elétrica de baixa tensão em edificações.
A coordenadora do curso, Sivanilza Teixeira Machado, destaca que o município de Suzano tem um parque industrial muito bem definido, a região é bem localizada e possui empresas de diversos ramos da indústria e de logística, além do comércio local. “Assim, o mercado de trabalho na região é amplo, considerando-se também as cidades vizinhas”.
O projeto, além disso, busca discutir a relação das mulheres no mercado de trabalho, aponta a docente, sobretudo nessa área ainda dominada por homens. "Acredito que será uma luta diária para todas as mulheres vencerem esses preconceitos, e aos poucos teremos melhor aceitação. Posso fazer uma relação com o setor de logística também, no qual, aos poucos, estamos presenciando um crescimento na contratação de mulheres”, analisa.
Ao oferecer a oportunidade de formação e, consequentemente, um trabalho qualificado, o projeto permite que as mulheres tornem-se ou mantenham-se financeiramente independentes, libertando-as de relacionamentos mantidos pela necessidade de sobrevivência. “Muitas mulheres permitem relacionamentos tóxicos por falta de estrutura familiar e/ou de apoio, devido aos filhos, e outros fatores. Entretanto, se essa mulher é independente financeiramente, dificilmente ela aceitará um ambiente violento e agressivo para si e para seus filhos ou parentes. O curso oferecerá as condições para essas mulheres trabalharem e serem independentes. Atualmente, existem algumas formas de trabalho que podem facilitar esse encontro entre oferta e demanda, com uso de aplicativos de forma segura e contribuindo para participação das mulheres no setor”, revela Sivanilza.
Aula inaugural: a aula inaugural do curso contou com a participação de autoridades da prefeitura (parceria na oferta do curso) e membros do câmpus e da Reitoria do IFSP. Na ocasião, a comandante da Patrulha Maria da Penha, Rosemary Caxito, ministrou uma palestra sobre a proteção das mulheres sob medida protetiva. Além da coordenadora Sivanilza Teixeira Machado, o curso foi construído pelos servidores Juliana Varela Geraldo (psicóloga), Lucas de Almeida Pereira (docente), Solange Maria da Silva Santos (DAA), Cibele Sales da Silva (assistente social), Marcela Loureiro Alves (docente), Julio Maria de Souza (docente), Luiz Carlos de Arruda Botelho (docente) e Mariana Bertolotti Alves Pereira (docente e primeira coordenadora da ação). O curso tem a duração de quatro meses, com aulas até 15 de dezembro.
Câmpus Capivari
O Câmpus Capivari realizou na terça-feira (9) a aula inaugural do curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) em Boas Práticas na Manipulação de Alimentos. Nesta edição do programa, o câmpus estabeleceu parceria com a Central de Educação e Atendimento da Criança (CEAC — Casa da Criança) do município. Esta parceria possibilitou a oferta do curso a 20 mulheres que moram no bairro São Luís.
Além das mulheres que farão o curso, estiveram presentes o Coordenador de Extensão do câmpus (que também coordena o Programa Mulheres), Gustavo Baptistella Leite da Silva; a técnica em Assuntos Educacionais, Camila Centurion Silva; a auxiliar de Biblioteca, Rúbia Dias Adão; e a professora Fernanda Ortolan.
Câmpus Bragança Paulista
O Câmpus Bragança Paulista realizou na quarta-feira (10) a aula inaugural do curso Auxiliar de Eletricista, ministrado com apoio da Prefeitura Municipal por meio da SEMADS.
De acordo com a coordenadora do projeto, professora Iára Leme Russo Cury, as expectativas para as atividades do curso são grandes, já que durante a pandemia e o período de isolamento vários esforços conjuntos foram realizados a fim de que o projeto fosse construído de forma coletiva com o apoio técnico da equipe da Reitoria do IFSP em contato direto com os técnicos da Secretaria Nacional. "O Câmpus Bragança Paulista responde à sua importância social na implantação de projetos dessa natureza", complementa a professora.
Para saber mais sobre o curso, acesse: https://bra.ifsp.edu.br/artigo/3460 e https://bra.ifsp.edu.br/artigo/3461.
Câmpus Cubatão
Nesta sexta-feira, dia 12, é a vez do Câmpus Cubatão comemorar a abertura do curso Empreendedorismo, Sustentabilidade e Arte para as Mulheres, do Projeto Mulheres do IFSP. Serão ofertadas 20 vagas para mulheres em situação de vulnerabilidade social.
Durante as atividades do curso, as participantes terão acesso a diferentes conteúdos, como a condição da mulher na sociedade, com abordagem na Lei Maria da Penha, saúde, entre outros; inclusão digital, com foco no e-commerce de produtos e serviços; construção do Observatório de Oportunidade, com foco na inserção e acompanhamento das egressas no mundo do trabalho.
Câmpus Birigui
As atividades do curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) Mulheres Empreendedoras serão iniciadas no Câmpus Birigui, no próximo dia 16 de agosto. Com duração de 160 horas, o curso acolherá 20 mulheres moradoras do entorno do câmpus para o desenvolvimento de atividades que estimulem as participantes a ingressarem ou retornarem ao mercado de trabalho.
Câmpus Avaré
No dia 02 de agosto, o Câmpus Avaré realizou a aula inaugural do curso de Agroecologia do Projeto Mulheres do IFSP. Na ocasião, as 20 mulheres participantes foram recebidas pelos servidores que integram o projeto.
O curso conta com diversos parceiros, destacando-se: Secretaria de Desenvolvimento Social de Avaré, Faculdade Eduvale e Projeto Cordão. A aula inaugural contou com a participação da pró-reitora de Extensão, Gabriela Arduino, e da banda Bexigas Mecânicas, formada por alunos do ensino médio.
Segundo Gustavo Matarazzo, coordenador do projeto, o Projeto Mulheres concretiza-se como um espaço no qual se reconhece a ecologia de saberes presentes nos espaços sociais, em especial, na história de vida das mulheres que participam das ações. Para tanto, torna-se necessária uma epistemologia democrática que pode ser exercida em espaços educacionais como o do Instituto Federal. Jamille Santos, coordenadora do projeto, destaca que a agroecologia parte de uma construção com intenções de restabelecer as conexões com a natureza, historicamente separadas, e que essas mulheres historicamente contam com esses saberes.
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