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Projeto do IFSP utiliza nova tecnologia e é finalista de premiação mundial

Publicado: Terça, 04 de Abril de 2023, 09h29 | Última atualização em Terça, 04 de Abril de 2023, 09h29 | Acessos: 318

Desenvolvido no Câmpus São Paulo, inovação utiliza tecnologia de robô complacente.

Entre os dias 23 e 25 de abril, o professor Alexandre Brincalepe, do Câmpus São Paulo, representará o IFSP durante o “Awards of Excellence 2023” do World Federation of Colleges and Polytechnics (WFCP), na cidade canadense de Montreal.

 

 

Brincalepe é o coordenador do projeto que utiliza a tecnologia de robôs complacentes, uma das três pesquisas escolhidas pela WFCP na categoria Applied Research and Innovation para a premiação final.  

A tecnologia, denominada Robótica Mole ou Complacente (Soft Robotics), explica o professor, consiste em criar robôs a partir de materiais moles: “quando você pensa em um robô, normalmente liga a uma estrutura rígida, mas, nessa tecnologia, a ideia é fazer robôs com materiais moles, como elastômero e borracha. Assim, você tem um robô melhor para ser utilizado, por exemplo, dentro do corpo humano, para manipular alguma coisa que você queira atingir dentro do seu corpo sem machucar, ou para manipular alimentos, como colher uma fruta numa árvore”, explica.  

O desenvolvimento de um robô mole em formato de garra, selecionado para a premiação mundial, começou há sete anos, após a conclusão do pós-doutorado de Brincalepe na Universidade de Harvard, onde aprendeu a nova tecnologia.  

Ao retornar ao Brasil, o docente desenvolveu uma garra robótica, que permite manipular objetos e volumes, tais como líquidos e produtos granulados de diferentes tipos, apresentada na 1ª Conferência Internacional IEEE sobre Soft Robotics, em 2018, na Itália. “Naquele evento, percebi que havíamos desenvolvido algo inovador”, revela Brincalepe, após ter realizado uma pesquisa e conversado com pesquisadores de diferentes partes do mundo. Foi quando começou uma corrida contra o tempo para escrever o pedido de patente e depositar junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). “Ela foi avaliada e foi deferida. O Inpi confirmou que nosso projeto era realmente inovador e foi concedida a patente”, recorda.  

A essa altura, o produto havia atingido o nível 6 na escala de maturidade tecnológica (TRL) criada pela Nasa com o objetivo de desenvolver uma padronização de entregas que indicassem, com evidências objetivas, quão prontas suas tecnologias estavam para a aplicação final. “O nível 6 é um protótipo que funciona. Eu tinha uma garra que funcionava e uma patente depositada”, relata. 

 

Mas, para fazer o depósito da patente, o IFSP exige que haja uma empresa interessada em licenciar a patente pra transformação em um produto. “Apresentei para uma empresa, que se mostrou interessada, conversamos e eles resolveram criar uma nova empresa para licenciar a patente e me propuseram uma sociedade”. Esse trâmite levou a inovação tecnológica do nível 6 ao nível 9 da TRL, maior nível da escala.  

E uma das maiores surpresas estava por vir. A empresa criada para a produção e a comercialização da garra é composta por quatro pessoas: Brincalepe, dois ex-alunos do docente do curso de Engenharia de Controle e Automação, bem como o empresário interessado na tecnologia. “Foi isso que eu descrevi para concorrer à premiação do WFCP, além de mandar vídeos da garra funcionando, participação em eventos e a descrição do nosso grupo de pesquisas junto ao Diretório de Grupos do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) sobre soft robots, composto por docentes do Laboratório de Controle Aplicado do Câmpus São Paulo do IFSP”, afirma. O grupo desenvolve várias tecnologias na área de soft robots, como sensores e outros tipos de garras.  

Realizado com a indicação ao “Awards of Excellence 2023” do World Federation of Colleges and Polytechnics, Alexandre Brincalepe exalta o caminho percorrido, desde a concepção da ideia até a produção da nova tecnologia. “Representa um grande sucesso porque é muito difícil o processo. Dizemos que percorremos toda a escala de maturidade tecnológica que a Nasa criou, com a transferência de tecnologia do IFSP para uma empresa, que hoje apresenta essa tecnologia no mercado. Então é uma grande vitória para nós, para a Instituição. Ainda estamos na luta nos laboratórios para o desenvolvimento de novas tecnologias, e a empresa lutando para viabilizar a tecnologia, vender o produto”, conclui.  

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação (PRP), Adalton Ozaki, enaltece a indicação. “A aprovação de um projeto do IFSP para a fase final do Excellence Awards da WFCP é um fato inédito e muito importante. Temos muitas pesquisas de qualidade sendo realizadas em nossa Instituição, que, muitas vezes, acabam não sendo divulgadas”, avalia.  

Em ação conjunta da Inova-PRP-Arinter, foi organizado, pelo segundo ano consecutivo, um edital de seleção interna, que teve dois projetos selecionados e submetidos à WFCP. “A aprovação do projeto coordenado pelo professor Alexandre Brincalepe Campo para concorrer ao Excellence Awards é o reconhecimento de uma dentre várias pesquisas coordenadas pelo docente, sempre com protagonismo e participação de nossos estudantes”, ressalta Adalton. 

A reitoria do IFSP irá custear a proposta classificada pela WFCP para a premiação, com diária e passagem para o coordenador do projeto. 

Saiba mais sobre o WFCP em: https://wfcp.org/activities/world-congress/.

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