Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > O que é? > Últimas notícias > DAE - Você conhece o movimento de software livre? Um pouco de história!
Início do conteúdo da página
Últimas notícias

DAE - Você conhece o movimento de software livre? Um pouco de história!

  • Publicado: Segunda, 31 de Outubro de 2022, 22h15
  • Última atualização em Terça, 01 de Novembro de 2022, 06h45
  • Acessos: 1826

O movimento software livre (free software) surge na década de 80 como uma resposta ao estabelecimento das regras de propriedade intelectual de software e do crescimento dos lucros de empresas de TI em virtude disso. 

No meio acadêmico nos EUA o compartilhamento de código para estudo e aprimoramento era uma prática comum, porém as regras de propriedade intelectual veio de encontro a essa prática. Richard Stallman estava criando um sistema operacional baseado em Unix e precisava criar mecanismos de comunicação do sistema operacional com periféricos como impressoras, no entanto, as regras de propriedade não permitiam o acesso ao código-fonte para descobrir como fazer isso. 

Nesse contexto, Stallman lança o projeto GNU em 1983 com o objetivo de criar o sistema operacional sob uma licença em que os programadores pudessem fazer de tudo com o software, menos torná-lo proprietário. A partir disso e da publicação do seu Manifesto GNU, o movimento free software começa a se estabelecer, baseado no princípio ético das quatro liberdades do software: modificação, execução, cópia e distribuição.

Em 1991, Linus Torvalds lança a primeira versão do kernel Linux, que tornou completo o sistema GNU. No entanto, a contribuição de Linus para a comunidade foi muito além disso, pois ele estabeleceu uma nova dinâmica de desenvolvimento, trabalhando com um sistema descentralizado, ele fazia pequenas e frequentes alterações no código, publicando-as rapidamente para que desenvolvedores do todo mundo pudessem ler, testar, criticar e sugerir modificações ao código. 

Essa dinâmica de trabalho permitiu um novo olhar sobre as vantagens de abrir e distribuir o código, de maneira que Eric Raymond (1998) cria um movimento paralelo, o código aberto (open source), dando ênfase às vantagens na produtividade e qualidade dos códigos que seguem os padrões de desenvolvimento adotados por Linus.

Isso tornou mais palatável às empresas aderir ao movimento. Um exemplo disso foi o próprio Netscape, cujo código foi a domínio público em 1998 por influência de Raymond e por ter perdido seu espaço de mercado para o Internet Explorer. Cinco anos depois, o Netscape deu origem ao então Mozilla Firefox que é utilizado até hoje. Atualmente até mesmo empresas que resistiram muito ao movimento como a Microsoft tem criado ferramentas abertas como o Visual Studio Code e as novas versões do .NET.

Os movimentos software livre e código aberto têm suas divergências, enquanto o movimento software livre vê como antiético o lucro com softwares proprietários, o código aberto se integra ao sistema de mercado como algo positivo e vantajoso, prevendo inclusive a possibilidade de licenças mistas pagas para uso comercial desses softwares.

Apesar das divergências, ambos os movimentos foram muito importantes para a democratização do acesso aos softwares, bem como ao próprio processo de desenvolvimento em si. Isso permitiu o engajamento na comunidade desenvolvedora por pessoas das mais diversas áreas de conhecimento que não a ciência/engenharia da computação, o que resultou em um amadurecimento das técnicas de desenvolvimento com códigos mais legíveis e de melhor qualidade. 

Inclusive, a minha atual atuação na área da informática se deve muito ao engajamento na comunidade de desenvolvimento sobretudo na área científica. Esse será o tópico da próxima matéria sobre software livre: a importância do software livre para a ciência e tecnologia.

 

Para saber mais sobre essa história acesse: 

https://www.scielo.br/j/ha/a/HtMLzNdrPGvb9nwRLvvJCkP/?lang=pt

 

Projeto Institucional: divulgação e engamento no desenvolvimento para softwares livres.

Prof. Caio Hamamura.

registrado em:
Fim do conteúdo da página