A Educação como agente transformador de vidas

No Dia da Educação, o IFSP comemora conquistas colecionadas por meio dos estudos.

Nesta sexta-feira, 28 de abril, é comemorado o Dia Mundial da Educação, data criada no ano 2000 durante o Fórum Mundial de Educação, realizado em Dacar, no Senegal. Ao final desse evento, foi assinada a Declaração de Dacar, documento no qual os líderes de 164 países, incluindo o Brasil, assumiram compromissos com o desenvolvimento da educação até 2030.   

A oferta de educação de qualidade, que promova inclusão e igualdade a crianças e a adolescentes, é primordial para o combate às desigualdades sociais e de gênero, fato reconhecido pela Organização das Nações Unidas.  

O Instituto Federal de São Paulo, por meio dos seus servidores e de seus alunos, trabalha incessantemente para oferecer essa educação de qualidade, inclusiva, justa, que valoriza o respeito e a diversidade, de modo a apresentar ferramentas para a formação de profissionais éticos e cidadãos críticos e preocupados com o desenvolvimento de toda a sociedade.  

Você vai conhecer a trajetória de duas ex-alunas e de um professor do IFSP, todos provas de como a educação foi fator primordial para conquistas nas suas vidas acadêmicas e profissionais, bem como para grandes mudanças sociais.  

Jaqueline e o sonho de infância prestes a se realizar

Jaqueline Scarmagnani de Oliveira colou grau no curso de Licenciatura em Português/Espanhol no Câmpus Avaré do IFSP no mês passado, dia 3 de março; no dia 31 do mesmo mês, recebeu a melhor notícia da sua vida, como ela própria descreve. Ela foi aprovada para uma experiência de oito meses na Espanha com as despesas pagas.  

Como uma dos cinco candidatos aprovados no Programa de Assistentes de Espanhol no Brasil, edital do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) em parceria com a Embaixada da Espanha, Jacqueline embarca, no fim de setembro, para uma estadia de oito meses no país europeu. “Quando eu tive certeza da aprovação, fiquei muito feliz, acho que nunca me senti tão feliz na vida. Viver no exterior era um sonho de criança, principalmente na Espanha, cuja cultura sempre me encantou muito”, revela.  

Dentro de casa, Jacqueline sempre teve apoio e incentivo da família para se dedicar aos estudos, sobretudo da avó, que, apesar de ter estudado apenas até a 4ª série do ensino fundamental, sabia da importância dos estudos na vida da filha e dos netos para que chegassem mais longe. A reação da família não poderia ser outra: “estão todos muito orgulhosos e felizes, principalmente porque foi a educação que me trouxe essa conquista”, avalia.  

Em toda sua vida acadêmica, Jacqueline estudou em escolas públicas. Essa será sua primeira viagem internacional, oportunidade que, segundo ela, não fazia parte da realidade da família: “nunca pensamos que seria possível”.  

A passagem pelo IFSP, ela descreve como “uma experiência maravilhosa”, sobretudo pelo incentivo que recebeu dos professores. “Foi uma experiência de crescimento, porque lá caminhamos com nossas próprias pernas, mas sempre com o suporte dos professores falando sobre as oportunidades além da Instituição, de fazer um intercâmbio, mestrado, doutorado. Antes de entrar no IFSP, eu nem conhecia essas possibilidades”, conta.  

A estudante que se tornou professora atualmente leciona gramática para alunos do ensino fundamental II. Em outubro deste ano, ela ensinará a Língua Portuguesa também para estudantes espanhóis durante o Programa de Assistentes de Espanhol no Brasil, que tem como finalidade aperfeiçoar a proficiência em português e em espanhol, além das competências em aspectos socioculturais, literatura, história e geografia da Espanha e do Brasil dos estudantes dos dois países, além de avançar na integração dos sistemas educacionais e fortalecer as relações de cooperação no campo das humanidades entre as instituições educacionais e culturais do Brasil e da Espanha.   

Bruna é a profissional mais valiosa da América Latina 

A primeira mulher da América Latina a receber o título de MVP — Most Valuable Professional — Profissional Mais Valioso, em português, é ex-aluna do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) do Câmpus Cubatão do IFSP. O título é concedido pela UiPath, empresa romena sediada em Nova Iorque (EUA) e líder mundial no segmento de Engenharia de Automação de Processos Robóticos. A cerimônia de premiação acontecerá no mês de agosto, nos Estados Unidos.   

Bruna observa que títulos de MVP são muito desejados dentro da área de tecnologia, pois abrem portas para que o profissional consiga oportunidades internacionais. Ser a primeira mulher da América Latina a receber a honraria dá um peso ainda maior. É realmente incrível!”, conta. 

No IFSP, sua trajetória foi marcada por muito estudo e network, decisivos para o seu ingresso no mercado. “No curso de ADS, eu pude estudar temas de relevância para a minha carreira e também pude me conectar com professores e alunos que fizeram grande diferença no meu aprendizado. Foram três anos incríveis de curso que, muito além do estudo, me proporcionaram momentos inesquecíveis”. E acrescenta: “Se eu pudesse dizer algo aos estudantes do IFSP, eu diria que eles estão no melhor lugar que poderiam estar. Isso porque os Institutos Federais nos proporcionam um ensino de qualidade, que tem peso no currículo e que, principalmente, nos conecta com pessoas incríveis, extremamente capacitadas. Tudo isso de forma gratuita!” 

A profissional acredita tanto na Educação que revela seu grande sonho profissional: ser professora para dividir e multiplicar conhecimento. “Eu costumo dizer que eu sou uma mulher apaixonada por tecnologia, mas amor mesmo eu sinto é pelas pessoas. Então, o que me faz feliz é poder ajudar as pessoas, ensiná-las, motivá-las, inspirá-las”.  Saiba mais sobre a trajetória da Bruna aqui.  

Brincalepe, o professor reconhecido mundialmente pela sua pesquisa 

Professor do Instituto Federal de São Paulo há quase 30 anos, Alexandre Brincalepe coleciona projetos de Pesquisa, Inovação, Ensino, Extensão e Iniciação Científica. Seu último feito foi uma conquista inédita para o IFSP: a medalha de prata durante o “Awards of Excellence 2023” do World Federation of Colleges and Polytechnics (WFCP), recebido no último dia 25 de abril, na cidade canadense de Montreal, pelo desenvolvimento do projeto que utiliza a tecnologia de robôs complacentes, o qual concorreu na categoria Applied Research and Innovation.   

O prêmio celebra as contribuições notórias de instituições e indivíduos de várias partes do mundo na promoção da educação profissional e tecnológica de qualidade, bem como o desenvolvimento social e econômico mais amplo. 

Engana-se quem acredita que o professor parou de estudar e de aprender ao concluir seu pós-doutorado e alcançar o nível mais alto da carreira docente no IFSP: a titularidade. “Apesar de ter sido a última fase da carreira, foi apenas o começo de uma trajetória em que a inovação passou a ser o foco do crescimento profissional. Para inovar, é preciso buscar as melhores referências em artigos, livros e patentes. A necessidade de estudar continuamente é imposta todos os dias, pois nada de novo se cria sem um profundo conhecimento daquilo que já foi feito no passado”, relata.  

A tecnologia premiada, denominada Robótica Mole ou Complacente (Soft Robotics), explica Brincalepe, coordenador dos estudos, consiste em criar robôs a partir de materiais moles: “quando você pensa em um robô, normalmente liga a uma estrutura rígida, mas nessa tecnologia, a ideia é fazer robôs com materiais moles, como elastômero e borracha. Assim, você tem um robô melhor para ser utilizado, por exemplo, dentro do corpo humano, para manipular alguma coisa que você queira atingir dentro do corpo sem machucar, ou para manipular alimentos, como colher uma fruta numa árvore”, explica.    

Realizado com a premiação do IFSP, Alexandre Brincalepe exalta o caminho percorrido, desde a concepção da ideia até a produção da nova tecnologia. “Representa um grande sucesso, porque é um percurso muito difícil. Dizemos que percorremos toda a escala de maturidade tecnológica que a Nasa criou, com a transferência de tecnologia do IFSP para uma empresa, que hoje apresenta essa tecnologia no mercado. Então é uma grande vitória para nós, para a Instituição", avalia.  

No evento em que recebeu a premiação, refletiu-se sobre o papel das instituições de ensino na sociedade, relata o docente: "a principal questão colocada foi a reflexão sobre o papel de um educador em um mundo que conta com ferramentas de Inteligência Artificial que permitem uma nova relação entre as pessoas e as informações.  No evento, foi particularmente destacada a necessidade de uma mudança das metodologias mais tradicionais para outras que reforcem o papel do aluno como agente na descoberta, na sondagem e na exploração do conhecimento. Acredito que esse é o processo que aplicamos no Laboratório de Controle Aplicado do Câmpus São Paulo do IFSP. Essas questões são muito importantes para uma reflexão no Dia Mundial da Educação”, afirma. 

Mas o reconhecimento internacional que alcançou com a inovação não é, para o professor, sua maior conquista. “Além da minha própria experiência, observei durante toda a minha vida como professor a evolução de centenas de estudantes; esse é o maior prêmio que podemos ter. Hoje, com as redes sociais, é fácil constatar o incrível efeito que a educação tem sobre as pessoas. Nossa responsabilidade é imensa. Não somos apenas pessoas que se dedicam a apresentar conteúdos de forma organizada. Devemos estar atentos às questões modernas sobre cidadania, meio ambiente e outros temas, pois a tecnologia não tem sentido fora de um contexto mais amplo”, finaliza. 

Saiba mais sobre a tecnologia desenvolvida sob a coordenação de Alexandre Brincalepe aqui.